Sinto-me sozinha...

13-06-2017

O homem foi viajar. São 4 dias longe de nós, de mim...

Ah e tal ele não faz nada... Então porque me faz tanta falta?!

Faz-me falta sentir o meu coração disparar, assim que oiço o barulho do carro a contornar a nossa casa...

Faz-me falta calcular o tempo que demora a estacionar, até ouvir o barulho inconfundível que faz a subir as escadas, enquanto brinca com o cão...

Faz-me falta abrir-lhe a porta de nariz empinado, voltar-lhe as costas, fugir para a cozinha, a fazer género, enquanto me rouba beijos e me aperta de encontro à bancada...

Faz-me falta ver os meninos a saltarem-lhe para os braços, aos gritos, a fazer queixinhas da mãe...

Faz-me falta poder lamuriar-me, descarregar a pressão do dia, disparatar sem medo que alguém fique traumatizado...

Faz-me falta falar das notícias do mundo externo e interno, trocar opiniões sobre tudo e sobre nada, antecipar acontecimentos, planear e contornar as dificuldades que nos aparecem diariamente...

Faz-me falta saber que estou protegida da maldade, simplesmente porque ele está em casa e é o super-herói de toda a família...

Faz-me falta o cheiro dele - que me arrebata desde que lhe fujo dos beijos quando me entra pela porta, até ao momento em que finalmente se deita, ao meu lado, beija-me e deseja-me uma boa noite, exactamente da mesma forma, há 18 anos...

Sinto falta das conversas animadas ao jantar, em que esperamos pacientemente que chegue a hora para o inteirar de tudo! Desde o golo marcado num treino, até à nota de um teste, passando pelas gracinhas dos mais novos e terminando com um entusiástico relato de uma visita de estudo... Depois chega a minha e a vez dele, de nos entre-olharmos, falarmos das coisas dos grandes, enquanto somos interrompidos pelos pequenos...

Dou por mim, muitas vezes, nesses momentos, a viajar no pensamento - ele fala, eu arrepio-me de amor, de orgulho, de desejo por achar que está a envelhecer tão bem, tão bonito, tão homem, tão ele, tão nós...

Sinto a falta dele, independentemente de fazer muito ou pouco, de ser imperfeito, de poder ser o que nunca foi ou de já ter deixado de ser o que alguma vez aparentou...

Amo-o assim, sinto a falta dele, pronto!

E eu que só queria um casalinho...
A Mãe dos Quatro!

E eu que só queria um casalinho...
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